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Silvana Aguiar dos Santos
Silvana Aguiar dos Santos
Professora / Investigadora
A produção acadêmica sobre tradução e interpretação de Libras de egressos da pós-graduação da UFSC
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Publicado em 2016
Letras & Letras, Uberlândia, vol. 32/1, p. 124-148
Silvana Aguiar dos Santos
Natália Schleder Rigo
  Artigo disponível em versão PDF para utilizadores registados
Resumo

O presente artigo trata a respeito de produções acadêmicas sobre tradução e interpretação de Libras-Português. Nosso objetivo é mapear, apresentar e discutir as produções acadêmicas (teses, dissertações, artigos e capítulos de livros) realizadas por egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no período de 2000 a 2015. Este trabalho se caracteriza como uma investigação descritiva de caráter bibliográfico, associada a uma abordagem qualitativa. As referências teóricas usadas aqui como embasamento compreendem autores da área dos Estudos da Tradução, tais como Vasconcellos (2010); Pagano e Vasconcellos (2003) entre outros, bem como autores da área dos Estudos da Tradução e Interpretação de Língua de Sinais, como Metzger (2010), Grbic (2007) etc. Os resultados obtidos apontam: i) um deslocamento interessante de áreas do conhecimento nas quais as produções analisadas se inscrevem ao longo de 15 anos; ii) uma expressiva concentração de produções acadêmicas em uma determinada área nos últimos três anos; iii) uma maior circulação de trabalhos em meios de divulgação e publicação científica vinculados à instituição em questão e determinadas regiões do contexto brasileiro. Por meio deste trabalho é possível compreender melhor o cenário de produções acadêmicas que abordam sobre tradução e interpretação de Libras-Português realizadas por egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Cataria.

1. Introdução

Neste artigo apresentaremos dados referentes à produção acadêmica sobre os Estudos da Tradução e Interpretação de Língua de Sinais (ETILS) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) compreendendo o período de 2000 a 2015. ETILS é uma subárea emergente e afiliada aos Estudos da Tradução. Esta subárea, compreendida como um campo teórico já consolidado no contexto internacional congrega os fundamentos teóricos que orientam os estudos sobre a tradução e a interpretação de língua de sinais. Nessa perspectiva, Rodrigues e Beer (2015, p. 22) afirmam:

Várias publicações recentes de renomados autores dos ET [Estudos da Tradução] e dos EI [Estudos da Interpretação] mencionam as línguas de sinais e, por diversas vezes, tecem importantes considerações e reflexões. Esse reconhecimento, por parte dos teóricos dessas áreas, evidencia a inegável afirmação e ascensão das pesquisas envolvendo a tradução e a interpretação em línguas de sinais e desafia, cada vez mais, os novos pesquisadores a encaminharem ´suas investigações sobre a tradução e sobre a interpretação de línguas de sinais com base nos conhecimentos já produzidos por esses campos disciplinares.

~Concordamos com Rodrigues e Beer (2015) quando os autores acenam para os desafios dos novos pesquisadores em tradução e interpretação de língua de sinais delinearem suas investigações à luz dos Estudos da Tradução. Nesse sentido, delimitamos a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por reunir um conjunto de ações a favor do fortalecimento da tradução e da interpretação (de línguas orais e de sinais) no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PGET). Esta universidade tem desempenhado um papel de destaque no cenário nacional referente às pesquisas sobre ETILS nos últimos anos, especialmente, após a regulamentação da Lei de Libras Nº 10.436/2002 por meio do Decreto nº 5.626/2005.

Este Decreto contribuiu para a abertura de novos espaços referentes à tradução e interpretação de língua de sinais, entre eles a formação de profissionais (tradutores e intérpretes de Libras-Português) por meio do curso de Bacharelado em Letras-Libras em atendimento à alta demanda no mercado de trabalho e, também, a emergência de uma subárea – ETILS – afiliada aos Estudos da Tradução, colaborando de forma direta na formação de novos pesquisadores, mestres e doutores. Esses apontamentos iniciais são corroborados por Guerini, Torres e Costa (2013) ao relatarem sobre a breve história do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução na Universidade Federal de Santa Catarina.

A PGET nasceu com apenas duas linhas de pesquisa: Teoria, Crítica e História da Tradução e Lexicografia, Ensino de Línguas e Tradução. Em 2010, criamos uma terceira linha de pesquisa, Estudos da Interpretação, devido, principalmente, à demanda de pesquisadores em Libras que buscavam qualificação, pois a UFSC se transformou em um dos mais importantes polos irradiadores dos estudos em Libras, com um curso de graduação à distância e outro presencial. (GUERINI; TORRES; COSTA, 2013, p. 15).

Mapear os percursos de produção acadêmica sobre ETILS na UFSC é uma importante contribuição tanto para os ETILS, como para os Estudos da Tradução, pois colabora com a contextualização e o percurso da recente subárea de ETILS afiliada aos Estudos da Tradução na UFSC; serve como uma importante fonte bibliográfica e acervo histórico para pesquisadores e estudantes de pós-graduação e, ainda, pode colaborar para futuras instituições que tenham interesse em implantar pesquisas sobre ETILS. Além disso, cabe mencionar, que o presente artigo vem corroborar para um traçar de metas pontuais relativas à ampliação e circulação de produções acadêmicas que estejam inscritas nos Estudos da Tradução de Interpretação de Língua de Sinais em revistas nacionais.

Como afirma Ferreira (2002), pesquisas dessa natureza possibilitam conhecer diferentes perspectivas e dimensões que determinados objetos de pesquisa foram tratados em épocas distintas. Vasconcellos (2010), Pagano e Vasconcellos (2003), Metzger (2010) e Grbic (2007) compartilham de pesquisas que têm esse interesse, uma vez que apresentam em comum, aspectos relacionados a mapeamentos e as implicações destes no desenvolvimento de determinada área.

Posto isso, destacamos que o objetivo central desse trabalho é mapear e discutir sobre a produção acadêmica dos ETILS por egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina. Como questão central a ser respondida neste artigo, podemos apontar: qual o cenário da produção acadêmica sobre ETILS dos egressos de programas de pós-graduação da UFSC? A fim de responder essa indagação, apresentamos nas próximas seções o embasamento teórico desse trabalho, os procedimentos metodológicos, dados e resultados e, por fim, nossas considerações finais.

2. Pressupostos teóricos

No Brasil, pesquisas que exploram os percursos, as trajetórias e as conexões com diferentes momentos históricos e sociais nos Estudos da Tradução têm emergido nos últimos anos. Essas investigações buscam responder inquietações como: o que éramos, onde estamos e para onde vamos com a produção acadêmica e o percurso e seus movimentos históricos de um determinado campo disciplinar. A necessidade de uma memória identitária alimenta o resgate e o registro do percurso da própria atividade de traduzir do campo disciplinar dos Estudos da Tradução.

A história dos Estudos da Tradução tem sido valorizada não somente por meio da produção acadêmica em si, seja nas publicações ou outros materiais dessa natureza, mas em projetos que buscam resgatar a memória coletiva de um determinado evento já consolidado na área. Um exemplo disso foi o Projeto de Pesquisa realizado na disciplina de Historiografia da Tradução, desenvolvido junto aos alunos do Curso de Tradução da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), sob a coordenação da professora Dra. Silvana Maria de Jesus. Em um post publicado em meados do mês de maio de 2015 na página da Associação Brasileira de Pesquisadores em Tradução (ABRAPT) na rede social Facebook, os alunos da disciplina de Historiografia da Tradução tinham a tarefa de buscar materiais como:

[...] *Folder do evento, *Programação, *Caderno de resumos, *Certificado, *Fotos dos organizadores (da época e/ou atual), *Fotos do evento em geral, *Dados pós-evento – participantes, inscritos, publicações, quem fez conferência de abertura, *Material online do evento,*Artigos/reportagem sobre a ABRAPT, *Outros materiais. Após o evento, este material será repassado à nova diretoria da ABRAPT, na tentativa de se manter um memorial da associação e dos eventos promovidos.

Tal como a iniciativa mencionada acima, outras ações produzidas junto às universidades brasileiras buscam resgatar fatos e percursos não documentados a fim de consolidar a história da Tradução ou dos Estudos da Tradução em nosso país. A possibilidade de visualizar tanto a atividade de traduzir e interpretar, quanto à produção acadêmica da tradução ou da interpretação, sob o ponto de vista histórico e a partir de vertentes múltiplas, é uma importante contribuição para a memória identitária do campo disciplinar dos Estudos da Tradução.

A obra intitulada: “Os Estudos da Tradução no Brasil nos séculos XX e XXI” de Guerini, Torres e Costa (2013) resgata entre outras questões, o percurso histórico e a institucionalização da tradução em diversas universidades do nosso país; um fato, por exemplo, que corrobora com a relevância dos registros históricos de um campo de estudo. Os dados apresentados nesse livro revelam a partir de uma perspectiva histórica, o tratamento dado à tradução nos últimos anos, especialmente, no que tange os obstáculos enfrentados e os desafios que emergem no cenário acadêmico a favor da institucionalização dos Estudos da Tradução em nosso país. Desta forma, mapear, articular e fazer circular as produções acadêmicas (teses, dissertações, artigos e outros) sobre determinada área, auxiliam na evolução do campo e oportunizam diferentes olhares sobre os objetos de pesquisa, as motivações e os resultados obtidos das pesquisas em um determinado período.

De acordo com Ferreira (2002, p. 259):

Sustentados e movidos pelo desafio de conhecer o já construído e produzido para depois buscar o que ainda não foi feito, de dedicar cada vez mais atenção a um número considerável de pesquisas realizadas de difícil acesso, de dar conta de determinado saber que se avolumam cada vez mais rapidamente e de divulgá-lo para a sociedade, todos esses pesquisadores trazem em comum a opção metodológica, por se constituírem pesquisas de levantamento e de avaliação do conhecimento sobre determinado tema.

A partir das considerações de Ferreira (2002), em pesquisas dessa natureza é possível destacar um ciclo dinâmico de diversas informações que alimentam constantemente a área investigada, pois em levantamentos e análises desse tipo, os resultados são inúmeros. Um desses resultados são os objetos “silenciados”, ausentes ou não investigados em determinados períodos históricos que podem suscitar novas pesquisas. Além disso, essas pesquisas listam uma série de produções realizadas, que nem sempre circulam de forma frequente à comunidade acadêmica.

Em ETILS, também constatamos essa tendência das perspectivas documentais e bibliográficas registrando os momentos históricos da produção acadêmica. No âmbito internacional, alguns autores como Grbic (2007) e outros realizaram análises bibliométricas, nas quais evidenciaram os países em que tais produções circulam, os idiomas nos quais os textos foram publicados ou ainda, os pontos frágeis que permeia os ETILS. A autora investiga as indagações (de onde viemos, o que somos e para onde vamos) 1 no intuito de revelar o percurso das pesquisas sobre interpretação de língua de sinais. Diante dessas considerações, Ferreira (2002) e Grbic (2007) ratificam que essas pesquisas ao enfatizarem o estado da arte, apresentando, em comum, temáticas que discutem o desenvolvimento da área, as possíveis transformações e os impactos que determinados objetos tiveram em detrimento de outros. De acordo com Santos (2013, p. 178):

Grbic (2007) realizou um estudo quantitativo das pesquisas produzidas sobre interpretação de língua de sinais utilizando como respaldo teórico a interface Estudos da Tradução/Estudos Culturais. O trabalho foi composto por quatro grandes seções, que compreendem: introdução, metodologia e corpus, resultados e interseção entre interpretação de língua de sinais e outras disciplinas. [...] O corpus analisado por Grbic (2007) foi constituído pelas seguintes fontes: Annotated Bibliography on Interpretation of Sign Language (Patrie; Mertzm, 1997); a versão da internet International Bibliography of Sign Language, de Guido H. G. Joachim, Siegmund Prillwitz e Thomas Hanke; e o LiDoc compilado pelo Departamento de Estudos da Tradução da Universidade de Graz, Alemanha. Foram analisados 908 textos publicados entre 1970 e 2005, divididos em sete períodos de cinco anos. Essa estratégia de dividir o estudo por períodos permite ao leitor acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos, bem como a diversidade e o crescimento dos temas que englobam a área da interpretação em língua de sinais.

Os resultados da pesquisa de Grbic (2007) estão em consonância com dados constatados nas investigações brasileiras, pois um conjunto de autores nacionais tem contribuído com o campo da história dos Estudos da Tradução e dos ETILS. Pagano e Vasconcellos (2003), Vasconcellos (2010), Pereira (2010) e Santos (2013) apresentaram mapeamentos dessas produções acadêmicas e discutiram sobre os desafios e a circulação desses trabalhos no cenário brasileiro.

Nos resultados quantitativos obtidos por Pagano e Vasconcellos (2003), por exemplo, foi possível visualizar o percentual de teses e dissertações produzidas nas instituições de ensino superior, assim como as instituições representadas nas teses e dissertações analisadas pelas autoras. Do ponto de vista qualitativo, Pagano e Vasconcellos (2003) examinaram os títulos das teses e dissertações e suas implicações, bem como, os agrupamentos, por áreas afins, a partir das palavras-chave. Nesse trabalho mencionado, temos um panorama da produção brasileira (teses e dissertações) analisadas pelas autoras que contribuiu significativamente para observar os percursos, as dificuldades e os desdobramentos necessários para a pesquisa brasileira nos Estudos da Tradução.

Embora os resultados da pesquisa de Pagano e Vasconcellos (2003) tenham sido publicados no início da década, estes dados ecoam para ETILS a partir do ano de 2010, sendo a Universidade Federal de Santa Catarina uma instituição central nessa articulação. Esta temática, sobre a emergência dos ETILS afiliada aos Estudos da Tradução, foi registrada no volume intitulado “Tradução e Interpretação de Línguas de Sinais” na revista Cadernos de Tradução de 2010. Nessa publicação, um conjunto de textos exploraram os percursos dos ETILS no contexto internacional, tais como Napier (2010) e Metzger (2010); e no contexto nacional, como Vasconcellos (2010) e Pereira (2010).

Nos resultados analisados por Pereira (2010) foi constatado aumento de teses e dissertações (na época, essas produções estavam em andamento) produzidas junto a Pós-graduação em Estudos da Tradução da UFSC. Tal fato apontava para a emergência de ETILS afiliada aos Estudos da Tradução no Brasil. Essa percepção sobre afiliação de ETILS foi corroborada por Vasconcellos (2010) e enfatizada por meio de diversos argumentos apresentados pela própria autora. Um desses argumentos centra-se no benefício que as duas partes (ETILS e Estudos da Tradução) conquistariam na dupla articulação. Nesse sentido, Vasconcellos (2010) não só apresentou as diversas pesquisas (teses e dissertações sobre ETILS) em andamento na PGET, mas também, problematizou os impactos dessas pesquisas na expansão dos Estudos da Tradução. A autora reitera também, em suas reflexões, o papel da PGET na consolidação desses trabalhos.

Os benefícios, entretanto, têm mão dupla: pesquisadores em tradução e interpretação de línguas orais podem também ser positivamente impactados pelo contato com pesquisadores em TILS [Tradução e interpretação de língua de sinais]. Como suporte para a sugestão da proficuidade mútua dessa filiação única, (i) cito o exemplo de minha atividade docente na PPGET e meus interesses de pesquisa, que se ampliaram e beneficiaram do contato com a pesquisa em TILS e (ii) contextualizo a discussão no cenário da Universidade Federal de Santa Catarina, especialmente no PPGET. (VASCONCELLOS, 2010. p.135).

Diante desse cenário, Vasconcellos (2010) detalha uma série de ações – algumas já implementadas e outras em fase embrionária– que qualificam a articulação entre ETILS e Estudos da Tradução. Compreendemos, nesse sentido, que os levantamentos sobre a produção acadêmica desempenham um papel relevante na consolidação de uma área. É por meio deles que acompanhamos os panoramas que detalham a produção a partir do enfoque quantitativo e, também, qualitativo. Por meio desses levantamentos é possível acessar dados sobre percursos, trajetórias e desafios para a área emergente e conhecer sobre a circulação dessas produções e os impactos que as mesmas proporcionam nas diversas instituições de ensino superior no contexto nacional.

3. Procedimentos metodológicos

Este trabalho orientou-se por uma abordagem qualitativa, que busca na pesquisa bibliográfica mapear, apresentar e discutir as produções acadêmicas sobre ETILS (teses, dissertações, artigos e capítulos de livros) realizadas por egressos da pós-graduação da UFSC durante o período de 2000 a 2015. De acordo com Grbic (2007) o papel do levantamento não deve estar atrelado somente ao detalhamento quantitativo, mas sim ao trabalho de explicitar qualitativamente os fatores que influem em determinado aumento ou diminuição de trabalhos e/ou produções acadêmicas mapeadas, uma vez que, estimar um cenário nesse sentido, pode ser uma rica contribuição para a área.

Nesta seção de procedimentos metodológicos, vale apresentar as etapas desenvolvidas, a saber: i) coleta de dados, tendo como base alguns critérios descritos a seguir; ii) classificação das produções acadêmicas (teses, dissertações, artigos e capítulos de livros) seguindo modelos de classificação da Plataforma Lattes para produções acadêmicas bibliográficas; iii) descrição dos dados obtidos, apresentação e discussão dos mesmos conforme dois enfoques centrais de interpretação e tratamento dos dados: área do conhecimento, no caso das teses e dissertações; e circulação, no caso dos artigos e capítulos de livros mapeados.

A escolha da Universidade Federal de Santa Catarina como instituição de mapeamento deste trabalho se deve ao fato de ela ser uma instituição referência em produções acadêmicas sobre ETILS, como bem mencionamos na seção de introdução deste artigo. Cabe ressaltar também que, foram consideradas exclusivamente produções acadêmicas de egressos da pós-graduação da UFSC. É importante frisar esse dado, uma vez que ETILS na UFSC é constituída por diversos pesquisadores e professores (muitos, com um significativo índice de produtividade) oriundos de várias instituições brasileiras de ensino superior. Além disso, a existência de pesquisas desenvolvidas por tradutores e intérpretes de Libras-Português que se encontram em andamento é, também, um ponto relevante para aqui ser destacado.

O intervalo de tempo estipulado para o mapeamento das produções acadêmicas dos egressos da UFSC compreendeu 15 anos, sendo o período entre o ano de 2000 a 2015. Foram quantificadas as produções acadêmicas de 29 egressos da instituição, de diferentes perfis e trajetórias acadêmicas. É importante pontuar também que, consideramos neste trabalho, apenas produções acadêmicas referentes a quatro tipos de trabalho: teses, dissertações, artigos e capítulos de livros. Trabalhos apresentados em eventos científicos, resumos expandidos e/ou resumos publicados em anais de eventos, resenhas etc., não foram considerados neste levantamento, o que sugerimos como pesquisa para futuros trabalhos.

O acesso à Plataforma Lattes e, consequentemente, aos respectivos currículos disponíveis dos 29 egressos, se deu pelas autoras entre o segundo semestre de 2015 até o início de janeiro de 2016. Consideramos todos os currículos mapeados, independentemente das datas de atualizações. Dos 29 currículos analisados, somente dois estavam desatualizados, sendo um deles com última atualização em 2010, e o outro com última atualização em 2011.

Nosso enfoque no tratamento e na interpretação dos dados coletados foi dado com base em duas questões centrais: as áreas do conhecimento em que as teses e dissertações dos egressos se inscrevem e, também, a circulação dos artigos e capítulos de livros. Considerações pontuais sobre temas das produções acadêmicas mapeadas, sobre pesquisadores responsáveis pela organização de livros, entre outras, são trazidas também no transcorrer da discussão dos resultados.

4. Dados e discussão dos resultados

Na primeira subseção apresentaremos ao leitor as teses e dissertações mapeadas, bem como as respectivas áreas de conhecimento nas quais essas produções se inscrevem. Já na segunda e terceira subseção, apresentaremos sequencialmente os artigos e capítulos de livros, considerando duas principais vias de publicação e circulação dessas produções acadêmicas: revistas eletrônicas e obras/editoras. A apresentação dos dados, feita por meio de gráficos e quadros, apresenta somente o intervalo de tempo com publicações registradas. Embora o período de tempo de mapeamento das produções acadêmicas tenha sido de 2000 a 2015, ou seja, 15 anos, nos gráficos inserimos apenas o intervalo de anos partindo da primeira e última publicação.

4.1. Teses e dissertações sobre ETILS

Conforme as coletas iniciais de checagem dos títulos das teses e dissertações de cada programa chegamos aos primeiros resultados constatando que as produções acadêmicas sobre ETILS estão localizadas em quatro programas de pós-graduação da UFSC, sendo os três primeiros pertencentes ao Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e o último, ao Centro de Educação (CED), são eles: Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (PGET); Programa de Pós-graduação em Linguística (PPGLg); Programa de Pós-graduação em Literatura (PPGL) e Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE).

Embora os ETILS possam dialogar com outras áreas, além dessas quatro inicialmente mapeadas, no contexto de pesquisas em pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, encontramos produções acadêmicas sobre ETILS somente nessas quatro áreas do conhecimento acima listadas.

Para maior detalhamento das produções acadêmicas correspondentes às respectivas áreas, compilamos o número de produções (teses e dissertações) por área e, conforme o gráfico ilustrativo abaixo (Gráfico 01) foi possível verificar que a produção acadêmica junto aos programas de pós-graduação da instituição em questão totalizaram 05 teses e 26 dissertações distribuídas no intervalo de tempo de 2006 a 2015.

Gráfico 01. Teses e Dissertações sobre ETILS defendidas na UFSC. Fonte: das autoras (2016).

Gráfico 01. Teses e Dissertações sobre ETILS defendidas na UFSC.
Fonte: das autoras (2016).

Do total de 05 teses sobre ETILS, constatamos que 04 delas estão localizadas nos Estudos da Tradução e foram defendidas entre os anos de 2013 a 2015. De forma pioneira, a área de Literatura destaca-se, na medida em que 01 tese foi defendida no ano de 2007. Vale pontuar que o número de teses defendidas sobre ETILS na UFSC é inexpressivo. Tal fato atenta-nos para a emergência de ETILS na instituição em questão de modo a ratificar o desenvolvimento da pesquisa sobre esta subárea no meio acadêmico. Por outro lado, entendemos que a pesquisa não é um fato isolado ou observado somente pelo viés teórico.

O campo aplicado, como as demandas em torno da tradução e interpretação de Libras registradas na UFSC – sejam oriundas do curso de Bacharelado em Letras-Libras que lida diretamente com a formação de tradutores e intérpretes de Libras-Português ou do número elevado de docentes surdos e ouvintes usuários de língua de sinais na instituição – contribui significativamente para o desenvolvimento de pesquisas nos Estudos da Tradução. Em alguns casos, determinadas teses respondem às demandas emergenciais dos cursos de Letras-Libras. Por exemplo, a pesquisa de Oliveira (2015) que compreende uma análise descritiva da estrutura querológica de unidades terminológicas do glossário do Curso de Letras-Libras da UFSC.

Outro tema que podemos destacar, neste contexto, é a unidade identitária – tema da maioria das teses desenvolvidas nos Estudos da Tradução – mesmo algumas delas estando fortemente ligadas à área da Linguística. Essa constatação mostra um deslocamento teórico-metodológico da produção acadêmica sobre ETILS, tema esse tratado por Santos (2013) em suas reflexões. A autora apresenta dados que comprovam o percurso da produção acadêmica sobre ETILS calcada na área da Educação, mas em constante deslocamento para o campo disciplinar dos Estudos da Tradução.

Conforme Rodrigues e Beer (2015, p. 23):

As pesquisas sobre a tradução e o traduzir e sobre a interpretação e o interpretar envolvendo línguas de sinais inscrevem-se, respectivamente, nos ET [Estudos da Tradução] e nos EI [Estudos da Interpretação] e se afirmam como uma vertente específica ao trazer as implicações da modalidade gesto-visual a esses campos disciplinares, ampliando e diversificando suas possibilidades de análise e reflexão. Além disso, contribuem, também, com diversas reflexões e saberes relacionados à interpretação comunitária e interpretação de conferências, além de questões vinculadas a aspectos éticos, culturais e profissionais.

Além das articulações explicitadas acima por Rodrigues e Beer (2015), os ETILS no âmbito local da UFSC delimitam e desenham novos percursos, considerando como elemento central a unidade identitária, dado que a maioria das pesquisas é realizada nos Estudos da Tradução. Cabe ressaltar que as teses de doutorado também são produtos de um terreno garimpado pelas dissertações. No quadro abaixo (Quadro 01) é possível visualizar a listagem das quatro áreas mapeadas neste trabalho, nas quais as dissertações e teses dos egressos da UFSC estiveram inscritas no intervalo de 15 anos.

ÁREA RELAÇÃO PERCENTUAL
Estudos da Tradução 80,77%
Linguística 7,69%
Educação 7,69%
Literatura 3,85%

Fonte: das autoras (2016).

Ao comparar os dados do Gráfico 01 com os dados do Quadro 01 observamos que, embora as primeiras dissertações sobre ETILS tenham sido realizadas na área da Educação no período de 2006 e 2007, ainda assim a incidência maior de trabalhos está localizada na área dos Estudos da Tradução. Um dado instigante para futuras pesquisas é verificar o porquê da ausência de registros de teses e dissertações sobre ETILS no período de 2000 a 2005. Esta ausência também foi observada durante os anos de 2008 e 2009, o que poderia ser explicado com base em uma análise da conjuntura acadêmica da época 2.

No ano de 2010, as dissertações sobre ETILS localizam-se em duas novas áreas: Estudos da Tradução e Linguística. A partir de 2010, a área dos Estudos da Tradução passa a se consolidar e, desde então, não são registradas pesquisas sobre ETILS no campo da Educação. Além deste deslocamento de áreas verificado, os resultados no Gráfico 01 constatam um expressivo crescimento e concentração de produções acadêmicas na área dos Estudos da Tradução a partir de 2010. Possivelmente, este crescimento esteja atrelado também ao credenciamento de novos professores da área de Língua de Sinais no Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução da UFSC, aumentando assim o quadro docente de orientadores. Após o ano de 2010, os índices de produtividade mais acentuados sobre ETILS localizam-se nos anos de 2013 (07 dissertações) e 2015 (06 dissertações) desenvolvidas de forma unânime na área de Estudos da Tradução.

Se, por um lado, a produção acadêmica de teses e dissertações indica uma unidade identitária de ETILS, não podemos desconsiderar o fato de que a natureza dos Estudos da Tradução é flexível, dinâmica e mutável, como bem pontua Vasconcellos (2013). Constata-se por meio desses dados uma expansão de diversas temáticas desenvolvidas nos Estudos da Tradução, o que também se observa nas pesquisas sobre ETILS. Por este viés, poderíamos retomar a seguinte indagação: “o que nos une como área e o que nos separa em cada uma de nossas subáreas”? Esta pergunta foi levantada por Vasconcellos (2013, p. 45):

‘O que nos une’, então, pode ser lido como o desejo e a necessidade de nos consolidarmos enquanto campo disciplinar constituído, inclusive com vistas a espaço institucional junto aos órgãos reguladores da pós-graduação no Brasil; o que nos une, ainda, pode ser lido como o ‘objeto comum de interesse de pesquisa’ – a tradução, como fenômeno multifacetado. ‘O que nos separa em cada uma de nossas subáreas?’ O foco de nosso olhar investigativo. A título de ilustração, menciono apenas alguns dentre os vários: por exemplo, a distinção entre tradução enquanto produto e tradução enquanto processo; investigação da linguagem da tradução; questões práticas do trabalho de tradução (o cliente que ‘encomenda’ o serviço a ser prestado, as formas de pagamento, etc.), questões de tecnologia de apoio à tradução propriamente dita e à pesquisa, e condições de produção e disseminação de textos traduzidos, questões mais amplas das relações de poder envolvidas em situações, línguas e culturas. Por necessidade, o foco do olhar vai informar os arcabouços teóricos e metodológicos a informar a pesquisa, gerando as diferentes interfaces em que desenvolvemos nosso trabalho.

Essa expansão pode ocorrer também em relação às produções sobre interpretação de línguas orais que buscam diálogos com a interpretação de língua de sinais. Um exemplo disso foi o trabalho de Queiroz (2011), que embora não seja sobre ETILS, traz riquíssimas contribuições ao articular línguas orais e de sinais na interpretação comunitária (contexto médico).

Vasconcellos (2010) ao explorar o aspecto da expansão, menciona o contexto da tradução e as relações de poder envolvidas em situações, línguas e culturas o que, a nosso ver, articula-se com algumas demandas que emergiram nas pesquisas sobre ETILS desenvolvidas junto à PGET. Temos o aumento de pesquisadores surdos no campo dos Estudos da Tradução como um fato bastante visível, visto que do total de 06 dissertações defendidas na PGET no ano de 2015, 05 delas são de pesquisadores surdos. Diante dos dados analisados, observando o aumento significativo de teses e dissertações sobre ETILS na UFSC, examinamos em que medida e onde tais pesquisas circulam nas publicações em periódicos da área dos Estudos da Tradução.

4.2. Artigos sobre ETILS

As revistas científicas desempenham um papel fundamental na disseminação do conhecimento, pois oferecem ao público a circulação de resultados de investigações. Partindo desse pressuposto, a circulação das pesquisas sobre ETILS em revistas da área dos Estudos da Tradução podem contribuir para expandir diversos temas investigados sobre tradução ou interpretação; ou ainda, para ampliar e fortalecer as redes de contato entre pesquisadores, a fim de estimular a cooperação interinstitucional no desenvolvimento de projetos.

Considerando esse cenário, levantamos o seguinte questionamento, visando à apresentação de nossos dados coletados: em quais periódicos nacionais e internacionais os pesquisadores sobre ETILS (egressos da UFSC) interagem com seus pares e promovem a circulação de seus trabalhos? Conforme o quadro abaixo (Quadro 02) é possível observar as revistas em que as produções acadêmicas dos egressos da UFSC, especificamente artigos científicos, circulam.

REVISTAS ARTIGOS SOBRE ETILS PUBLICADOS
2008 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Informática na Educação - - - - 01 - -
Revista Trama - - 01 - - - -
Mutatis Mutandis - - - - - 01 -
Lengua de Señas e Interpretacion - 01 - - - - -
Revista Virtual de Cultura Surda e Identidade - - 01 - - - -
Cenários: Revista de Estudos da Linguagem - - 01 - - - -
Tradução e Comunicação - 01 - - - - -
In-Traduções 01 01 - 01 - - -
Cadernos de Tradução 01 05 - - - - 04

Quadro 02. Revistas com Artigos sobre ETILS Publicados.
Fonte: das autoras (2016).

Os resultados constatam uma expressiva produção nacional, isto é, a maioria dos artigos sobre ETILS foram publicados em periódicos brasileiros. Por outro lado, a disseminação das pesquisas realizadas pelos egressos de ETILS na UFSC no contexto internacional foi registrada em dois periódicos: Mutatis Mutandis no formato eletrônico, vinculada à Universidade de Antioquia na Colômbia e Lengua de Señas e Interpretacion no formato impresso, vinculada à Universidad de La República no Uruguai. Ambos são artigos publicados em língua portuguesa.

Possivelmente, o convênio específico para intercâmbio estabelecido entre a UFSC e a Universidade de Antioquia tenha contribuído para ampliar a disseminação e circulação de publicações acadêmicas nos periódicos pertencentes a estas universidades. Diante desse contexto, sugere-se que os programas de pós-graduação da UFSC, especialmente, por meio de seus pesquisadores possam firmar convênios e acordos interinstitucionais para a consolidação e fortalecimento de ETILS.

Considerando que, todos os egressos de doutorado, com teses sobre ETILS, da UFSC, são também pesquisadores e professores efetivos em diversas instituições de ensino superior, torna-se um agravante a pouca interlocução e/ou publicações registradas em periódicos internacionais. Além disso, uma recomendação importante que cabe ser destacada aqui – observada a partir do processo de coleta de dados nos currículos dos egressos da UFSC – é a de atualização acadêmica. Isto é, recomenda-se que os pesquisadores mantenham informações atualizadas em seus Currículos Lattes ou em sites institucionais que apresentem suas respectivas produções acadêmicas. Esta medida pode contribuir na socialização, na circulação e na documentação da produção acadêmica sobre ETILS no âmbito internacional.

Sobre o contexto nacional, ressaltamos que uma das primeiras publicações sobre ETILS ocorreu no ano de 2008, na revista Cadernos de Tradução. A disseminação de pesquisas sobre ETILS representada pelos egressos totaliza 40% no ano de 2010, distribuída conforme o Quadro 02 em periódicos como: Cadernos de Tradução e In-Traduções (ambas da Universidade Federal de Santa Catarina) e Tradução e Comunicação (do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, antigo Centro Universitário Ibero-Americano, Unibero).

Este índice expressivo de publicações está relacionado com um volume especial 3 sobre tradução e interpretação de língua de sinais organizados no ano de 2010 na revista Cadernos de Tradução. No ano de 2015, foi organizado novamente um volume especial sobre ETILS na revista Cadernos de Tradução, sendo comum a contribuição significativa desta revista na solidificação e fortalecimento desta subárea. Por outro lado, foi possível constatar que a produção sobre ETILS começou a circular nos últimos anos (2008 a 2015) na área de Estudos da Tradução. Investigar outras fontes, tais como anais completos publicados em eventos, resumos ou outros materiais podem implicar numa expansão do índice de produtividade de ETILS, além de apresentar dados anteriores ao ano de 2008. Diante dessa questão temos alguns elementos a serem mencionados:

(i) Embora estejamos discutindo nesse artigo a produção dos egressos de programas de pós-graduação da UFSC, constata-se que a circulação dos resultados de pesquisa gira em torno dos periódicos locais da instituição. É evidente que há uma interação com pares internos no que se refere à produção acadêmica de ETILS;

(ii) O impacto da produção acadêmica (no formato de artigos científicos) publicadas pelos egressos em periódico brasileiros não assegura um lugar institucionalizado para ETILS que tenha abrangência nacional. Cabe ressaltar que, ao comparar o índice elevado de teses e dissertações com publicações nacionais de artigos científicos, a discrepância de produtividade é um fato a ser considerado. Nessa vertente, buscam-se nos capítulos de livros sobre ETILS verificar quais são os tipos de circulação.

4.3. Capítulos de livros sobre ETILS

Além da quantificação do número de capítulos de livros apresentamos, nesta seção, um detalhamento dos trabalhos com suas respectivas autorias (e/ou coautorias) produzidos pelos egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina. Cabe pontuar que o papel das agências de fomento como Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) foi central no desenvolvimento de projetos e programas específicos, uma vez que colaboraram diretamente na formação de recursos humanos (mestres e doutores sobre ETILS). Alguns dos livros (como, por exemplo, a série Estudos Surdos) mencionados abaixo são produtos resultantes de financiamento da CAPES. Segue as informações gerais dos livros que contém capítulos sobre ETILS.

NOME DO LIVRO ORGANIZADORES EDITORA
Estudos Surdos III Ronice Müller de Quadros Arara Azul
Estudos Surdos IV Ronice Müller de Quadros
Marianne Rossi Stumpf
Arara Azul
Signed Language Interpreting in Brazil Ronice Müller de Quadros
Earl Fleetwood
Melanie Metzger
Gallaudet Press
Signed Language Interpreting: Preparation, Practice and Performance Lorraine Leeson
Svenja Wurm,
Myriam Vermeerbergen
St. Jerome
Estudos da Língua Brasileira de Sinais I Ronice Müller de Quadros
Marianne Rossi Stumpf
Tarcísio de Arantes Leite
Insular
Estudos da Língua Brasileira de Sinais II Marianne Rossi Stumpf
Tarcísio de Arantes Leite
Ronice Müller de Quadros
Insular
Estudos da Língua Brasileira de Sinais III Ronice Müller de Quadros
Markus Johannes Weininger
Insular
Letras Libras: ontem, hoje e amanhã. Ronice Müller de Quadros UFSC
Tradução: sobre a quintahabilidade na língua, no outro, na arte. Lillian De Paula
Patrick Rezende
Mayelli Caldas de Castro
Tatiany Pertel
Pedro&João
Letras por Dentro Luís Eustáquio Soares
Júnia Claúdia Santana de Zaidan
GM

Quadro 03. Informações gerais sobre livros que contém capítulos sobre ETILS.
Fonte: das autoras (2016).

Os resultados apresentados no quadro (Quadro 03) demonstram que as produções dos egressos da pós-graduação da UFSC divulgadas por meio de capítulos de livros, destacam-se no meio acadêmico, nacional e internacional. No geral foram registrados 10 livros, sendo distribuídos da seguinte forma: no âmbito nacional, duas grandes coletâneas (Estudos Surdos e Estudos da Língua Brasileira de Sinais) e outros dois livros (Tradução: sobre a quintahabilidade na língua, no outro, na arte e Letras por Dentro). No âmbito internacional foram registradas as seguintes obras: Signed Language Interpreting in Brazil e Signed Language Interpreting: Preparation, Practice and Performance.

No contexto nacional, destaca-se a professora Dra. Ronice Müller de Quadros, junto aos demais professores da UFSC (Gladis Perlin, Marianne Rossi Stumpf; Tarcísio de Arantes Leite e Markus Johannes Weininger) que organizaram as coletâneas dos Estudos Surdos e Estudos da Língua Brasileira de Sinais. Constatamos alguns capítulos de livros produzidos por egressos da pós-graduação da UFSC em obras organizadas por pesquisadores dos Estudos da Tradução da Universidade Federal do Espírito Santo e parceiros (Lillian De Paula, Patrick Rezende, Mayelli Caldas de Castro, Tatiany Pertel, Luís Eustáquio Soares e Júnia Claúdia Santana de Zaidan).

No contexto internacional, há uma parceria mista entre organizadores brasileiros e estrangeiros (Ronice Muller de Quadros, Earl Fleetwood e Melanie Metzger) resultado de um projeto de Intercâmbio FIPSE/CAPES que contou com planejamento de missões de trabalho entre a equipe brasileira e a equipe americana. Constatamos também registros de publicações de egressos em livro organizado por pesquisadores como Lorraine Leeson, Svenja Wurm, e Myriam Vermeerbergen.

Considerando as editoras em que os capítulos de livros dos egressos circulam, destacam-se três brasileiras (Arara Azul, Insular e UFSC) e duas estrangeiras (Gallaudet Press e St. Jerome). Desta forma, adentrar aos trabalhos produzidos pelos egressos, conhecer de forma mais detalhada as características dessa produção é fundamental para traçar novas metas para a institucionalização e o fortalecimento de ETILS na pós-graduação brasileira.

É importante destacar que um dos primeiros capítulos publicados refere-se ao trabalho de Santana et.al. (2006) intitulado: “O ensino de língua portuguesa para surdos: descrição das relações morfossintáticas e semânticas para tradução em LIBRAS”, conforme é possível verificar no quadro abaixo (Quadro 04).

LIVROS CAPÍTULOS SOBRE ETILS PUBLICADOS
2006 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Letras por Dentro 01 - - - - - - -
Tradução: sobre a quintahabilidade na língua, no outro e na arte - - - - - - - 01
Estudos Surdos III - 02 - - - - - -
Estudos Surdos IV - - 05 - - - - -
Signed Language Interpreting: Preparation, Practice and Performance - - - - 01 - - -
Signed Language Interpreting in Brazil - - - - - 04 - -
Estudos da Língua de Sinais I - - - - - - 02 -
Estudos da Língua de Sinais II - - - - - - - 02
Estudos da Língua de Sinais III - - - - - - - 02
Letras Libras: ontem, hoje e amanhã - - - - - - - 02

Quadro 04. Capítulos de Livros sobre ETILS.
Fonte: das autoras (2016).

Uma das características constatadas na maioria dos capítulos refere-se à escrita em coautoria. Em alguns casos, a coautoria ocorre entre os próprios egressos, como Masutti e Santos (2008) que discutem sobre os intérpretes de língua de sinais a partir de uma política em construção. Alertamos, também, para as primeiras parcerias interinstitucionais dado que Masutti e Santos (2008) pertencem a instituições diferentes. Em outras situações, a coautoria ocorre entre orientando e orientador como Quadros e Souza (2008) que discutem os “Aspectos da Tradução/Encenação na Língua de Sinais Brasileira para um ambiente virtual de ensino: práticas tradutórias do curso de Letras Libras”.

Nessa perspectiva sincrônica das publicações sobre ETILS nos livros, constatamos que o percurso da pesquisa na pós-graduação está interligado com temas que foram latentes nas respectivas épocas. Um exemplo disso foi o trabalho de Quadros e Souza (2008) que explorou as práticas tradutórias do curso de Letras-Libras em uma época que este curso de graduação passava por um momento de estruturação (operacional e conceitual) de sua equipe de trabalho frente às demandas de tradução.

Com relação ao ano de 2009, temos um conjunto de textos publicados na série Estudos Surdos IV que compreendem autores como Nicoloso e Silva (2009), Souza (2009), Avelar (2009), Anater e Passos (2009) e Marques e Oliveira (2009). Nesse período, temos a participação de alunos (hoje egressos) de diferentes cursos de pós-graduações da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLg e PGET) que tratam de diversas demandas de tradução e de interpretação (interpretação simultânea Libras-Português, tradução de poesia, interpretação de língua de sinais e mecanismos coesivos, dentre outros).

A seguir, Pereira (2011) explora aspectos do exame de proficiência de intérpretes de língua de sinais e realiza uma crítica ao Prolibras 4. Esta publicação foi um dos primeiros capítulos de livros sobre ETILS publicados por um aluno da PGET no contexto europeu (Editora St. Jerome, da Inglaterra) junto a pesquisadores como Lorraine Leeson, Svenja Wurm, e Myriam Vermeerbergen. O idioma utilizado na publicação foi o inglês, o que pode sugerir uma inserção tardia por parte de alguns pesquisadores em ETILS na disseminação do conhecimento que prioriza essa língua.

Apesar dessa inserção tardia, no ano de 2012 registramos o volume intitulado Signed Language Interpreting in Brazil (publicado nos Estados Unidos). Esse livro contou com uma série de capítulos produzidos pelos alunos de mestrado e doutorado, egressos e seus respectivos orientadores. Vasconcellos et.al. (2012) exploraram as pesquisas sobre interpretação de língua de sinais e discutem o mapeamento à luz dos Estudos da Tradução. Nicoloso e Heberle (2012) apontam alguns aspectos sobre gênero e interpretação de língua de sinais no contexto brasileiro. Souza et.al. (2012) discutem sobre os tradutores surdos e as performances de língua de sinais e, por fim, Oliveira e Weininger (2012) debatem sobre a terminologia e os tradutores e intérpretes de língua de sinais.

Na série Estudos da Língua Brasileira de Sinais I, publicado em 2013, foi registrado dois capítulos de alunos da PGET. Santos (2013) contextualiza as pesquisas sobre tradução e interpretação de Libras no Brasil e Souza (2013) discute elementos e percepções da norma surda.

Por fim, no ano de 2014, verificamos um índice de produtividade bastante elevado no que se refere aos capítulos produzidos por alunos de mestrado e doutorado egressos da Universidade Federal de Santa Catarina, somando um total de 07 trabalhos publicados em três livros, a saber: Estudos da Língua Brasileira de Sinais II; Estudos da Língua Brasileira de Sinais III e Tradução: sobre a quintahabilidade na língua, no outro, na arte. Nos Estudos da Língua Brasileira de Sinais II e Estudos da Língua Brasileira de Sinais III, representados por Rigo (2014), Silva (2014), Felício (2014) e Oliveira et.al. (2014) verificamos diversas interfaces discutidas nos capítulos, tais como respectivamente: tradução/interpretação de música, interpretação de Libras no ensino superior, tradução e interpretação literária e glossário, terminologia e equipe de tradutores do Letras-Libras.

Algumas dessas interfaces estão presentes também no livro Letras Libras: ontem, hoje e amanhã, com trabalhos de autores como Oliveira e Silva (2014), que refletem sobre as equipes de tradutores surdos e Oliveira et.al. (2014) que aborda aspectos de glossário, terminologia e equipe de tradutores do Curso de Letras-Libras. Santana e Vieira-Machado (2014) encerram o conjunto de produções referentes a 2014, com a publicação intitulada “A formação do intérprete de língua de sinais: o caso dos intérpretes bilíngues coordenados e compostos” que constitui parte do livro Tradução: sobre a quintahabilidade na língua, no outro, na arte.

Considerando os resultados apresentados nessa seção, destacamos alguns pontos. Com relação à circulação dos capítulos de livros publicados por egressos da pós-graduação da UFSC, a abrangência restringe-se as regiões sul e sudeste do Brasil. Não registramos capítulos publicados na América Latina, tal como ocorreu nas publicações de periódicos. No contexto internacional, os países verificados foram Estados Unidos e Inglaterra. Tais resultados colaboram para reflexões não somente na pós-graduação da UFSC, mas em ações institucionais mais amplas que buscam o fortalecimento de ETILS.

5. Considerações finais

O presente trabalho teve como objetivo mapear e discutir as produções acadêmicas sobre ETILS realizadas por egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, durante o período de 2000 a 2015. A partir de uma abordagem qualitativa que priorizou a pesquisa bibliográfica, realizamos um levantamento que compreendeu as seguintes produções acadêmicas: teses, dissertações, artigos e capítulos de livros. De forma qualitativa, foi possível descrever e discutir os resultados encontrados, considerando as áreas do conhecimento em que as teses e dissertações mapeadas se inscrevem e, também, as vias de circulação que os artigos e capítulos de livros produzidos se vinculam (revistas e obras/editoras).

Este tipo de trabalho nos permite ter um panorama geral do que foi produzido sobre ETILS de modo a apontar possíveis fragilidades e desafios, assim como, compreender a documentação enquanto registro histórico da emergência da subárea ETILS. Respaldamo-nos, portanto, em referenciais dos Estudos da Tradução e dos Estudos da Tradução e Interpretação de Línguas de Sinais que buscam, por meio de levantamentos bibliométricos, documentais e bibliográficos, resgatar, registrar e compreender melhor o percurso de produções acadêmicas.

Os resultados constatam que ocorre uma má circulação das produções acadêmicas em ETILS existentes, ou seja, as publicações se concentram em determinadas regiões, em revistas específicas e em capítulos de livros que circulam internamente nos ETILS, mas não necessariamente no âmbito dos Estudos da Tradução. Com isso, torna-se fundamental a necessidade de ampliar os diálogos entre egressos, pesquisadores e promover parcerias interinstitucionais que colaborem na expansão dos contextos, regiões brasileiras e objetos de investigação sobre ETILS.

Neste artigo foram mapeados produções de 29 egressos da pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina, durante um período de 15 anos (de 2000 a 2015). Nas teses e dissertações, analisamos e identificamos quatro áreas do conhecimento nas quais as respectivas pesquisas estão inscritas. Verificamos um deslocamento teórico-metodológico nessas produções, pois as pesquisas iniciam-se no campo da Educação, e posteriormente, deslocam-se para a área dos Estudos da Tradução, esta última concentrando 80,77% dos trabalhos.

O salto quantitativo de pesquisas sobre ETILS produzidas a partir do ano de 2010 no Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (PGET) da UFSC colabora com o fortalecimento desta emergente subárea no âmbito local e potencializa ações mais concretas na busca de uma institucionalização em outras universidades brasileiras. Em alguns espaços, como o Programa de Pós-graduação em Tradução (POSTRAD) da Universidade de Brasília (UNB) e o Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (POET) da Universidade Federal do Ceará (UFC), há um número significativo também de pesquisas sobre ETILS. Possivelmente, essa ação tenha sido implementada a partir da interlocução entre pesquisadores dos Estudos da Tradução e ETILS articulados ao trabalho que a PGET vem desenvolvendo nos últimos anos.

Com relação às demais produções acadêmicas mapeadas (artigos e capítulos de livros) constatamos que a circulação das pesquisas desenvolvidas pelos egressos da pós-graduação da UFSC encontra-se em emergência, enfrentando alguns entraves. A circulação ocorre de forma mais intensa nos capítulos de livros, ao passo que, nos artigos publicados em diferentes revistas nacionais é bastante incipiente. Os artigos publicados por esses egressos, em contexto internacional, destacamos somente países da América Latina, Colômbia e Uruguai, e no caso dos capítulos de livro, países como Estados Unidos e Inglaterra. No âmbito nacional, muitas dessas publicações concentram-se em edições especiais sobre ETILS, como a Revista Cadernos de Tradução ou em séries especiais de livros, como no caso dos Estudos Surdos e Estudos da Língua Brasileira de Sinais. Além dessas revistas com edições especiais, é importante promover a aceitabilidade de artigos sobre ETILS, também, em revistas com edições regulares.

Sugere-se que os egressos enviem suas publicações para diferentes revistas e regiões do país, realizem parcerias institucionais com outros pesquisadores e atualizem os dados de sua produção (seja em seus currículos vinculados à Plataforma Lattes ou em sites e sistemas institucionais) de modo a facilitar e viabilizar levantamentos como este proposto no presente trabalho. Por fim, cabe considerar que a análise da produção acadêmica nos Estudos da Tradução e Interpretação de Língua de Sinais, na Universidade Federal de Santa Catarina, pode servir para mais enfoques investigativos e futuras pesquisas, por exemplo, o lugar da interpretação de Libras-Português, ou o ensino e a formação de tradutores e intérpretes, ou ainda, os contextos de atuação desses profissionais.

Notas

1 No original: “Where do We Come From? What Are We? Where Are We Going? A Bibliometrical Analysis of Writing and Research on Sign Language Interpreting”.
2 Uma das razões que pode ter contribuído para a ausência de pesquisas (no formato de teses e dissertações) sobre ETILS é que nesse período estava em implementação os Cursos de graduação em Letras-Libras (Bacharelado e Licenciatura) o que exigia um esforço bastante acentuado frente às demandas institucionais. Para acessar dados históricos da implementação dos Cursos de Letras-Libra, acesse: http://libras.ufsc.br/e-books/.
3 A título de exemplificação, a revista eletrônica da Universidade de Brasília - UNB, Belas Infiéis esteve no início do ano com chamada aberta (em fevereiro/2016) para um volume especial sobre Tradução e Interpretação de Línguas de Sinais.
4 Exame Nacional para Certificação de Proficiência no Ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e para Certificação de Proficiência na Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portuguesa

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