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Ilustradora surda leva narrativa silenciosa à Comic Con em São Paulo
por porsinal     
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Sexta-feira, 02 de Dezembro de 2016 às 18:03:19
Ju Loyola nasceu há 37 anos sem ouvir os ruídos deste mundo mas os seus outros sentidos bastante apurados despertaram nela a vontade de começar a desenhar aos 10.

Inspirada pelos personagens Garfield, de Jim Davis, e Moranguinho, boneca desenhada por Muriel Fahrion que fazia a cabeça das meninas nos anos 80, ela começou os seus primeiros rascunhos. Hoje profissional, ela participa da Comic Con Experience expondo a sua narrativa silenciosa em bandas desenhadas sem os balões de fala.

Ju é uma das poucas mulheres entre os artistas que estão comercializando o seu trabalho na feira de cultura pop em São Paulo e a única surda. Para facilitar na comunicação com os seus clientes, ela conta com a ajuda da sua irmã, Nathali Loyola, que costuma a acompanhar nos eventos. Para a edição deste ano, a segunda que ela participa, Ju trouxe "Maria Lua & Cia: Aventura das Estrelas", a sua segunda banda desenhada publicada de maneira independente. A primeira, "The Witch Who Loved", foi lançada no ano passado, também na Comic Con.

Autodidata, Ju investe atualmente no estilo cartoon, mas também desenha manga. A paixão pelo estilo japonês veio por causa dos Cavaleiros do Zodíaco e fez com que ela aprimorasse ainda mais as suas técnicas. Para investir profissionalmente no ramo, a ilustradora paulista formou-se em design na Escola Panamericana de Arte e também fez o curso da Quanta Academia de Artes.

Além das suas publicações independentes, Ju orgulha-se de ter trabalhado na produção de "Uma História de Amor e Fúria", animação brasileira vencedora do Festival de Annecy em 2013, na França. O premiado filme de Luiz Bolognesi tem no elenco as vozes de Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro.

A próxima grande conquista da artista brasileira deve vir do outro lado do mundo. Ela já está entre os top 10 artistas do concurso "Silent Manga", no Japão. O vencedor ganhará uma viagem ao país. Ju Loyola, que participa pela terceira vez da competição, é mais uma vez a única mulher do grupo. Por lá, são considerados apenas os trabalhos que não tem palavras, como o dela.

Por ser surda desde que nasceu (a sua mãe teve rubéola na gravidez), Ju tem dificuldade de desenvolver roteiros e apostou no trabalho apenas baseado em desenhos. A sua arte, no entanto, fala por si.

Quem quiser conhecer o trabalho da quadrinista pessoalmente tem até o próximo domingo (4). Ela estará todos os dias na área batizada de "Artist Alley", localizada no corredor F da Comic Con. A feira, que começou nesta quinta (1), continua na sexta (2) e sábado (3) das 10h às 22h e no domingo (4), das 10h às 20h. Pode também conhecer mais do trabalho de Ju Loyola no Instagram em @loyola_ju.

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